Quem é o Aedes aegypti, o terrível mosquito da dengue

O mosquito Aedes aegypti chegou ao Brasil nos navios negreiros, mas foi nos anos recentes que começou a causar os maiores danos. Milhões de pessoas já foram infectadas e algumas até mortas. Os óbitos podem chegar a 1% dos casos.
Esse mosquito é o transmissor do vírus que causa a dengue, uma doença infecciosa que ainda não tem tratamento e que pode levar à morte. A dengue hemorrágica é a versão mais grave da doença. A maior disseminação ocorre durante o verão.
O Aedes aegypti pica durante o dia e está adaptado às áreas urbanas onde, normalmente junto aos domicílios, se reproduz com a colocação de ovos em pequenas quantidades de água limpa em lugares sombreados. Portanto, muito cuidado com vasos de planas; latas, pneus e outros objetos que possam servir para depósito de água em sua casa.
As fêmeas, na busca de sangue (hematofagia) para se alimentarem, podem percorrer até 2.500 metros quadrados. O mosquito mede menos de 1 centímetro. É preto e com manchas brancas no corpo e nas pernas (foto). O vírus é transmitido através da mordida das fêmeas, que não fazem qualquer som audível no momento da picada. Os machos se alimentam apenas de substâncias vegetais e com açúcar.
Há alguns anos se estuda uma vacina, mas até o momento não existem resultados concretos.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), há 3 bilhões de pessoas no mundo habitando áreas onde há a possibilidade de contrair a doença. Anualmente são registrados no mundo 50 milhões de casos, dos quais cerca de 500 mil são considerados graves e 21 terminam em morte. São afetados mais de 120 países.
A incidência de dengue aumentou 30 vezes nos últimos 50 anos. No Brasil a doença ocorre desde 1986 e chegou ao maior surto em 2013, quando foram notificados mais de 2 milhões de casos. O mosquito já havia sido erradicado no Brasil na década de 1950, mas voltou nos anos seguintes, oriundo dos países vizinhos.
Há no Brasil quatro tipos do vírus da dengue, o DEN-1, o DEN-2, o DEN-3 e o DEN-4. Os sintomas são os mesmos, mas cada pessoa só pode contrair um desses vírus uma vez na vida. E os sintomas são os mesmos, mas um vírus tem sido mais resistente a tratamentos que o outro.
Conheça os sintomas da evolução da doença, de acordo com a literatura médica:
- Dor abdominal intensa e contínua.
- Vômitos persistentes.
- Hipotensão postural e/ou lipotímia (tonturas, decaimento, desmaios).
- Hepatomegalia dolorosa (aumento de tamanho do fígado).
- Sangramento na gengiva e no nariz ou hemorragias importantes (vômitos com sangue e/ou fezes com sangue de cor escura).
- Sonolência e/ou irritabilidade.
- Diminuição da diurese (diminuição do volume urinado).
- Diminuição repentina da temperatura do corpo (hipotermia). E
- Desconforto respiratório".
Como não há um tratamento que possa curar a doença, são recomendadas algumas ações terapêuticas, aumentando-se a ingestão de líquidos como água, sucos, soros caseiros, chás etc. Há indicação do uso da dipirona ou paracetamol e nunca devem ser usados medicamentos à base de ácido acetil salicílico e antiinflamatórios como aspirina e AAS, pois eles aumentam o risco de hemorragias.
Só há uma forma de combater os mosquitos, que é a eliminação dos locais favoráveis à sua reprodução, como os depósitos de água, além de investimentos no saneamento básico.
Veja algumas observações e sugestões de nosso leitor Carlos Alberto de Morais, de São Paulo, de quem partiu a sugestão para esta publicação:
Geralmente, as larvas são encontradas em vasos e pratos de plantas, além de recipientes como latas, garrafas, pneus e embalagens em geral. Também merecem atenção pátios, calhas e ralos, sujeitos à retenção da água da chuva, além dos utensílios utilizados para armazenamento de água para consumo doméstico, de animais, para lazer, entre outras finalidades.
Para evitar a proliferação do mosquito vetor, é necessário, portanto:
- Retirar os pratos dos vasos de plantas ou enchê-los até a borda com areia;
- Eliminar todos os materiais que não têm serventia do pátio;
- Colocar telas milimétricas (malha de 1mm entre nós) nos ralos;
- Fazer limpeza semanal das calhas; e
- Manter bem vedados recipientes com armazenamento de água para consumo.
- Na ocorrência de chuvas, intensificar cuidados para evitar o acúmulo de água.